Tomo a liberdade de postar esta matéria do Jornal Estado de São Paulo, para ilustrar minha preocupação e com certeza dos paratienses em geral, com relação às fortes chuvas de verão, que afetaram diretamente a cidade de Paraty nos anos anteriores. O que me despertou a atenção é a frase crítica da consultora da ONU Debarati Guha-Sapir, uma das maiores especialistas em desastres naturais do mundo. Para ela, só um fator mata depois da chuva: “descaso político”. É bem verdade que o descaso político não acontece somente com a falta de infra-estrutura relacionadas às chuvas. Outro fato gritante é o que vem ocorrendo com relação ao péssimo abastecimento de água em nossa cidade, o que vem se arrastando por vários governos, o que não se justifica, é só chover as torneiras secam e quando retorna, volta totalmente lodosa, entope as torneiras, a máquina de lavar, suja as roupas, fica inviável para o uso doméstico e higiene pessoal. O que é imperdoável, pois Paraty é uma cidade rica, tem um orçamento em torno de 180 milhões, parte deste, 70 milhões vem dos royalties do petróleo destinado a preparar a infra-estrutura da cidade para o futuro. Chega de colocar culpas em governos passados, se gasta uma fortuna em filtro que não funciona, precisamos é que estes recursos orçamentários sejam aplicados corretamente em obras básicas que beneficiem a população como um todo “Olho Vivo no Dinheiro Público”.
"Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa"
(Por Jamil Chade - O Estado de S.Paulo)
"O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva." O alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar respostas a crises, Debarati falou ao Estado e lançou duras críticas ao Brasil. Para ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."
Como à senhora avalia o drama vivido no Brasil?
Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.
O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.
Custa caro se preparar?
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.
E como se preparar então?
Enchentes ocorrem sempre nos mesmos lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão,furacões...
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