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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Arrecadação Versus Gastos.

Paraty está entre as nove cidades do Estado do Rio de Janeiro que mais receberam Royalties do Petróleo. Foi transferido para os cofres municipais em 21 de outubro de 2011, R$ 6.534.241,06 (Seis milhões, quinhentos e trinta e quatro mil, duzentos e quarenta e um reais e seis centavos). Se continuar nesta linha de arrecadação acumulará cerca de R$ 60.000.000,00 (Sessenta milhões de reais), este ano. É dinheiro mais do que suficiente para resolver os principais problemas da cidade e aliviar de maneira notável as precárias condições das filas no hospital e a falta de exames como: tomografia computadorizada e ressonância magnética, entre outros exames que poderiam ser feitos em Paraty.

Esse valor equivale o que a prefeitura consegue arrecadar de tributos municipais, com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Serviços (ISS). Somadas as demais transferências que a Prefeitura recebe do governo federal, o orçamento municipal para 2012 é de R$ 137.553.461,86 milhões. No entanto, mesmo dispondo de tanto dinheiro público, existem em Paraty problemas muito sérios a ser resolvido, estão entre eles: Saneamento básico, Educação, Saúde, Políticas voltadas para a juventude, geração de emprego e renda, entre outros.

Embora tenha carência como outras localidades do País, o município de Paraty não aplica o dinheiro que recebe na melhoria dos serviços municipais, em políticas sociais ou na recuperação e ampliação da infra-estrutura urbana. Gasta a maior parte das receitas com royalties nas contratações de funcionários e no pagamento de serviços prestados por empresas terceirizadas. Incha a máquina administrativa, com admissões na maior parte das vezes sem concurso e feitas de acordo com interesses político-eleitorais. Desse modo, sobra muito pouco para melhorar a qualidade do serviço prestado à população. 

Desde que a receita da exploração do petróleo passou a ser repartida com os municípios de áreas próximas das plataformas petrolíferas, o total destinado à prefeitura de Paraty cresceu velozmente. Em 2003, ela recebeu a título de royalties do petróleo o total de R$ 3.143.583,09. Em 2012, o total pode alcançar a cifra de R$ 65.000.000,00 milhões, ou praticamente 2000% a mais. 

O caso de Paraty exemplifica com muita clareza o que as prefeituras estão fazendo com esse dinheiro. Entre 2003 a 2011 receita com royalties aumentou em muito. O número de funcionários contratados diretamente pela prefeitura aumentou mais ainda. E o gasto da folha de pessoal municipal cresceu ainda mais depressa. Isso quer dizer que, estimulada pelas receitas extras com o petróleo, a prefeitura contratou muita gente, e pagando em média cada vez mais. Segundo o Sindicato dos funcionários Públicos de Paraty – SIMPAR é gasto por ano com a folha de pagamento, FGTS, Vale Transporte em torno de R$ 66.000.000,00 milhões de reais.

Esses números não incluem o pessoal terceirizado, isto é, que presta serviços à prefeitura, mas não tem vínculos empregatícios. Em certas repartições, não há espaço físico para abrigar tantas pessoas. Não é de estranhar que, entre os contratados diretamente ou terceirizados, muitos nem comparecem regularmente ao local de trabalho. 

O caso de Paraty é um dos mais expressivos do mau uso de recursos provenientes da exploração de petróleo. A atual gestão desprezou completamente a tarefa de arrecadação de tributos municipais típicos, vão comprometendo parcelas cada vez maiores das receitas com o pagamento de pessoal, não se preparam para períodos de dificuldades e nunca levou em conta a real finalidade desse pagamento, que é o ressarcimento por eventuais danos causados pela exploração do petróleo em áreas próximas.

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