Certo dia um colega de trabalho me falou essa frase:
“Na política o charme é trair”
Confesso que fiquei indignado com essa colocação, pois na minha mente, política é conjunto de elementos que se interligam, com vistas ao cumprimento de um fim: o bem-comum da população a quem se destinam, e para tal deveria ser feito com ética, coerência e respeito ao fim de ser ter uma lógica nas ações de quem a pratica.
Com o passar do tempo fui percebendo que meu colega tinha lá suas razões, a minha ideia continua a mesma, mas anos a fio temos presenciado atitudes que justificam perfeitamente a frase dita.
Na verdade os candidatos, quando eleitos, evidenciam e preservam esse elemento clássico das relações de poder: o signo da traição na política e como num toque de mágica desenvolvem a capacidade de converter supostos compromissos em meros joguetes de palavras.
O estranho é que quanto maior é a traição diretamente proporcional é a valorização que o sujeito adquire junto aos seus adversários (ou aliados).
Como já disse Arturo Graf:
"Com grande freqüência, a política consiste na arte de trair interesses reais e legítimos e de criar outros, imaginários e injustos."
Pensamento semelhante expresso no filme A Rainha Margot , quando o personagem do filme soltou a frase:
“Que é a traição? A habilidade de se adaptar aos acontecimentos”.
Hoje, torço para que essas ações sejam exceções e não regra geral. Pois só assim podemos conservar a motivação para fazer política, de situação ou oposição, e pensar no bem estar coletivo e comum.
Postado em 2 de janeiro de 2013 por João Maria de Oliveira