“A cidade que queremos”
“A cidade que eu quero
para mim é a cidade que eu quero para todo mundo”
Lanço esta Carta Aberta
aos paratienses com o lema “Cidades inclusivas, participativas e
socialmente justas” porque traz o sentido da cidade como um bem comum,
de toda a população. Traz a ideia de cidade mais igual, democrática, com menos
discriminação, com mais qualidade de vida para todos nós paratienses.
Este mês de fevereiro
Paraty completará 356 anos! Dia 28 é hora de cada morador nascido na nossa
cidade ou que foram acolhidos por ela. Olhar para cada Bairro, para cada
comunidade, para cada recanto desta maravilhosa cidade e pensar sobre os
diferentes agentes presentes na cidade, seus interesses, suas identidades e
seus conflitos e, nesse contexto, repensar o que precisa ser feito para
promover a função social da cidade, quais os desafios a serem superados para
alcançar a “cidade que queremos” e podemos construir cada um da sua forma,
cada um com o seu próprio projeto de futuro, achando soluções viáveis,
pactuadas e compatíveis com suas dinâmicas sociais, econômicas e políticas.
Pensar o bem comum no
contexto urbano significa dar às pessoas, sem exceção, a possibilidade
de exercer de forma plena o direito à cidade: o direito á terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos
serviços públicos, ao trabalho, a espaços públicos de qualidade, a equipamentos
sociais, à cultura, ao lazer, ao meio ambiente e à participação nos destinos da
cidade.
É preciso que cada um
de nós possa sentir a cidade como sua casa coletiva, possa andar nas ruas sem
medo, em calçadas acessíveis, possa andar a pé ou de bicicleta, se assim
desejar. Possa ter e usufruir de espaços públicos de qualidade. Possa ter
acesso a teatro, cinema e praças. Possa desfrutar da sombra de uma árvore num
dia de sol em plena via pública. Possa se abrigar da chuva quando precisar
enquanto espera o ônibus passar sem demora. Possa opções diferentes de
transporte. Possa gastar menos tempo no deslocamento entre a casa, a escola, o
trabalho, o lazer e a cultura. Possa ter uma moradia digna, com título
registrado no cartório. Possa ter água potável, coleta e tratamento de esgoto e
saúde.
Precisamos gostar e
cuidar da nossa cidade. Precisamos que a nossa cidade seja generosa com os
idosos, com a pessoa com deficiência, com as mulheres, com as crianças, com os
jovens, com os negros e índios, com os trabalhadores e trabalhadoras. Que a
nossa cidade não discriminem origem, cor, raça. Precisamos que a nossa cidade
seja viva de dia e de noite.
Precisamos dizer: “essa
cidade também é minha e eu quero participar das decisões sobre o seu futuro”.
Um proprietário de
terra não pode ter mais direitos sobre a cidade que os outros moradores porque
a cidade é feita por todos e deve ser usufruída por todas e todos.
Para que nossa cidade
seja inclusiva, participativa e socialmente justa, é preciso, que:
Neste mês de
aniversário de Paraty, que cada cidadão deva refletir sobre sua identidade,
sobre suas características, sobre seus conflitos, sobre seus desafios e sobre
suas potencialidades para desenhar, a partir daí, seus caminhos para
desenvolvimento urbano inclusivo e socialmente justo.
“Desenhar uma cidade
dos sonhos é fácil; para reconstruir uma cidade existente, é preciso
imaginação”. Esta frase fortuitamente combina com a
ideia da cidade que queremos.
Parabéns Paraty pelos
seus 356 anos de Cultura, História e muita gente boa!
Tenho orgulho de fazer parte dessa história trabalhando pelo desenvolvimento
econômico, da sustentabilidade, da inclusão social e da participação popular de
nossa querida cidade. Afinal, nome se faz com trabalho!