Era uma vez um Rei que queria muito ir pescar. Para garantir
que teria um bom dia, ele decidiu chamar o seu meteorologista e perguntar como
seria o clima nas próximas horas. O meteorologista lhe assegurou que não iria chover.
O Rei então vai à pesca, com todo a seu “séquito”. No meio do
caminho, ele encontrou um camponês montando seu burro que ao Rei disse:
“Majestade, é melhor o senhor regressar ao palácio porque está por vir uma
grande tempestade, vai chover muito”.
O Rei ficou pensativo e respondeu ao camponês: “Eu tenho um
meteorologista, MUITO BEM PAGO, me disse o contrário, garantindo que o dia
seria ensolarado e que a pesca será profícua. Vou seguir em frente”. E assim
fez. Neste dia choveu torrencialmente.
Furioso, o Rei voltou para o palácio e despediu o
meteorologista. Em seguida, convocou o camponês e ofereceu-lhe o cargo. O
camponês disse: “Senhor, eu não entendo nada disso, apenas verifico que, se as
orelhas do meu burro ficam caídas, significa que vai chover”.
Então, o Rei nomeia para o cargo de Chefe da Meteorologia o
Burro!
Como o relato acima é uma fábula, ela não se aplica aos dias
de hoje, não é mesmo?
Parece que foi ontem. Há quase um século, Rui Barbosa (1849 –
1923) já se lamentava:
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os
poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto.
E completava Rui Barbosa: Há tantos burros mandando em homens
de inteligência que, às vezes, fico pensando que burrice é uma ciência.
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